Galp quer distribuir 900 milhões aos acionistas

20 de dezembro 2022 - 12:10

Depois de ter visto os lucros dispararem 86% nos primeiros nove meses de 2022, a petrolífera quer remunerar os acionistas em mais 50% do que fez este ano, através de dividendos e recompra de ações.

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Foto Web Summit/Flickr

Os lucros extraordinários que a Galp arrecadou este ano, graças à inflação e ao aumento global dos preços da energia, servirão para remunerar os seus acionistas num valor de mais de 50% do que foi feito este ano, revela esta terça-feira o Observador. Ao todo serão cerca de 900 milhões que a empresa pretende entregar na forma de dividendos, com um aumento de 4%, mas também através de um progrma de recompra de ações da empresa no valor de 500 milhões de euros. Esta prática de recompra de ações já começou este ano, com um valor estimado de 150 milhões de euros.

O valor total desta remuneração acionista podeá diminuir com a aprovação da taxa sobre lucros extraordinários, que o Governo começou por recusar quando foi proposto pela esquerda, mas viu-se obrigado a apresentar após a pressão de Bruxelas. O diploma que será debatido esta terça-feira na Assembleia da República.

Nos primeiros três trimestres deste ano, os lucros da Galp aumentaram 86% face ao mesmo período do ano anterior. A petrolífera viu subir os lucros em todas as áreas, destacando-se as da exploração e refinação de petróleo.

A margem de refinação da Galp – isto é, a diferença entre o custo de aquisição do petróleo e o preço de venda dos produtos refinados (como a gasolina e o gasóleo) disparou este ano para mais de 22 dólares por barril e encontrava-se em outubro nos 12,4 dólares por barril, muito acima dos 2,8 dólares por barril registados no ano passado. Um dos administradores da Galp chegou mesmo a admitir que a empresa tem obtido “margens de refinação fantásticas”.