Sob investigação, Trump recusa responder a perguntas sobre os seus negócios

11 de agosto 2022 - 20:15

Ex-presidente invoca a quinta emenda da Constituição para fugir a perguntas da Procuradoria-Geral de Nova Iorque. Há dois dias, o FBI invadiu a casa do ex-presidente na Flórida à procura de documentos confidenciais retirados da Casa Branca.

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Donald Trump. Foto de Michael Vadon/Flickr.

Durante um depoimento a portas fechadas em Manhattan, o ex-presidente dos Estados Unidos optou por exercer o seu direito constitucional de permanecer calado e evitar assim a auto-incriminação, recusando-se a responder às questões da procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Letitia James, no âmbito de uma investigação cível sobre suspeitas de fraude financeira dentro da Trump Organization. O caso envolve alegações de que a empresa de Trump deturpou o valor dos ativos, incluindo alguns dos seus campos de golfe e arranha-céus, enganando credores e autoridades fiscais. Trump terá inflacionado falsamente a sua fortuna há décadas, maximizando o acesso a empréstimos bancários e minimizando as obrigações fiscais.

Em sua defesa, Donald Trump alegou ser vítima da “maior caça às bruxas da história” dos Estados Unidos e afirmou não ter tido escolha senão invocar a quinta emenda, já que, segundo a sua versão, "o atual governo e muitos procuradores deste país perderam todos os limites morais e éticos da decência”.

“A conselho do meu advogado e por todas as razões mencionadas, recusei-me a responder às perguntas ao abrigo dos direitos e privilégios concedidos a todos os cidadãos pela Constituição dos Estados Unidos”, acrescentou em comunicado.

Numa publicação na Truth Social, Trump descreve Letitia James como uma "racista". "República das Bananas!", remata.

O gabinete de James garantiu entretanto que a procuradora “perseguirá os factos e a lei onde quer que eles levem”.

Mansão do ex-presidente norte-americano alvo de busca

Num processo federal distinto, agentes do FBI à paisana, escoltados por agentes do Serviço Secreto, invadiram, há dois dias atrás, a mansão do ex-presidente norte-americano na Flórida. Os agentes estavam autorizados a procurar documentos presidenciais e confidenciais que o departamento de Justiça acredita que Trump reteve ilegalmente depois de ter saído da Casa Branca.

O ex-presidente norte-americano sugeriu que o FBI pode ter 'plantado' provas falsas durante a busca. "Todos foram convidados a sair do local, eles queriam ficar sozinhos, sem testemunhas que vissem o que estavam a fazer, a levar ou, espero que não, 'a plantar'. Porque é que eles insistiram tanto em não terem ninguém a observá-los?", escreveu Trump na Truth Social.

As notícias das busca provocaram indignação junto dos líderes republicanos, que exigiram que o procurador-geral de Joe Biden, Merrick Garland, explicasse rapidamente a decisão do departamento.

Na terça-feira, o ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, expressou “profunda preocupação”, acrescentando no Twitter: “Nenhum ex-presidente dos Estados Unidos jamais foi sujeito a uma invasão da sua residência pessoal na história americana”.

De acordo com o Politico, os advogados de Trump têm uma cópia do mandado emitido para a busca e uma lista do que o FBI apreendeu.