"Quem achou que a austeridade é a solução, não vai acabar com ela"

16 de setembro 2015 - 16:25

Sobre a carta de 2011 de Passos Coelho a apoiar a vinda da troika, Catarina Martins afirma que o primeiro-ministro quer reescrever a história mas os documentos e a nossa memória provam que foram PS, PSD e CDS a negociar e apoiar o Memorando.

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Catarina Martins e Marisa Matias visitaram a Cafés Delta em Campo Maior. Foto de Paulete Matos
Catarina Martins e Marisa Matias visitaram a Cafés Delta em Campo Maior. Foto de Paulete Matos

A propósito da carta enviada por Passos Coelho a Sócrates a apoiar o recurso à troika, Catarina disse aos jornalistas, numa ação de campanha em Campo Maior, que “todos nós temos memória, lembramo-nos de o PSD ter pedido a intervenção externa”, recordando especificamente que Eduardo Catroga, em nome do PSD, “disse no fim das negociações que o Memorando tinha sido muito influenciado pelo PSD”.

Jogo de passa-culpas

Para a porta-voz do Bloco de Esquerda, Pedro Passos Coelho quer reescrever a história, mas esta não se reescreve, todos nos lembramos e os documentos provam-no. “Este jogo de passa-culpas sobre quem tentou chamar a troika é triste, não diz nada ao país”, disse, “quanto muito deve-nos fazer lembrar a todos quem teve responsabilidades nessa circunstância, quem achou que era uma boa ideia vir a troika, quem negociou e apoiou o Memorando da troika. Foram três partidos: PS, PSD, CDS, e portanto talvez este seja um bom momento para lembrar que quem quis a troika, quem achou que a austeridade é a solução dificilmente pode ser quem acaba com a austeridade”.

Primeiro-ministro sempre desdito pela realidade

O primeiro-ministro contraria-se a si próprio e está sempre a ser desdito pela realidade.

A porta-voz do Bloco de Esquerda sublinhou ainda que foi dito aos portugueses “que a intervenção da troika serviria para consolidar as contas públicas, para tratar do problema do endividamento da economia, e para criar uma nova economia de bens transacionáveis no nosso país. Mas Isso não aconteceu”, recordando que “o país está mais endividado do que nunca, o sistema financeiro continua a ser um risco, e vê-se que com o Novo Banco, o défice de 2014 é igual a 2011 depois de tantos sacrifícios”. Como toda a receita falhou, agora todos tendem passar as culpas sobre uma receita que foi verdadeiramente desastrosa para o país, concluiu.