Greve na ferrovia contra a privatização, nesta quinta-feira

15 de abril 2015 - 15:18

Os trabalhadores das empresas CP, Refer, CP Carga, Emef e Estradas de Portugal realizam, nesta quinta-feira, uma greve de 24 horas contra a privatização. A paralisação começará a afetar a circulação ferroviária ainda nesta quarta-feira.

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Comboios páram nesta quinta-feira - Foto de Paulete Matos

A greve de 24 horas convocada pelos sindicatos para esta quinta-feira, 16 de abril, abrange os trabalhadores das empresas: CP, CP Carga, Refer, Emef (empresa de manutenção ferroviária) e Estradas de Portugal. Os trabalhadores realizam esta paralisação para protestarem contra a privatização da CP Carga e da Emef, a concessão de linhas férreas a privados e a fusão da Estradas de Portugal (EP) com a Refer e defendem direitos, que o governo pretende retirar-lhes.

O tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social definiu como serviços mínimos cerca de 30% nos comboios de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) e cerca de 25% nos comboios urbanos.

Segundo o jornal “Público”, poderão não se realizar mais de 900 comboios nesta quinta-feira. A greve poderá afetar a circulação ferroviária ainda nesta quarta-feira, 15 de abril, ao final do dia.

A privatização das empresas de transportes é atualmente um dos objetivos primordiais do governo PSD/CDS que pretende concluir estas privatizações e concessões rapidamente e até ao final do seu mandato.

A Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações lançou a petição "Por melhores transportes públicos, travar as privatizações na Carris, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa", onde se refere que “com estas PPP o Estado pagaria mais do que paga hoje, os utentes pagariam mais, os trabalhadores estariam mais precarizados e o serviço de transportes públicos continuaria a perder qualidade e fiabilidade”.

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou, em fevereiro passado, numa visita à EMEF no Entroncamento: “O Governo está a tentar vender, à pressa e em fim de mandato, o que resta dos transportes públicos, como o Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), mas a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) também. Isto é a história de um assalto a um país, depois da privatização da TAP e da concessão a privados dos transportes urbanos".