Segundo os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), divulgados esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios, das 20.531 pessoas que finalizaram um estágio entre janeiro e outubro de 2014 apenas 6.881 (33,5%) foram colocados na entidade onde estagiaram. Considerando os números de novembro, a percentagem sobe aos 34%.
Os números do IEFP ficam muito longe do que tem sido anunciado pelo Governo, que sempre falou em taxas a rondar os 70% para justificar um suposto sucesso destes programas que usam dinheiros públicos para comparticipar a remuneração destes trabalhadores em empresas privadas.
Com os dados revelados pelo IEFP relativos a 2014, conclui-se que em vez de 70% de estagiários que "agarram" um lugar na empresa, o verdadeiro resultado da medida é que apenas um terço o consegue.
Na verdade, segundo alguns membros do conselho de administração do IEFP contactados pelo Jornal de Negócios, o número de 70% que Passos Coelho e Mota Soares têm repetido em público diz respeito à soma de duas parcelas: os 30% de estagiários que conseguem emprego na entidade na qual estagiaram e outros 40% que conseguem emprego no ano seguinte ao estágio e noutra empresa, ou seja, sem nenhuma relação com a medida.
