Nils Muiznieks afirmou, em declarações à agência Associated Press, que a Grécia deve tomar medidas mais drásticas para combater o surto de violência de cariz racista que é associado ao aumento da popularidade do partido grego Aurora Dourada, apelidado pelo Conselho Europeu de neonazi, ainda que os seus membros neguem que a organização defenda os ideais hitlerianos e acções violentas.
O comissário para os direitos humanos do Conselho da Europa defendeu, inclusive, que a Grécia está “totalmente dentro dos direitos, sob a jurisdição internacional de direitos humanos,” para proibir o partido político.
Num relatório de 32 páginas sobre a Grécia que foi divulgado esta terça feira, Muiznieks sublinha ainda estar “seriamente preocupado” com o aumento dos crimes de ódio contra os imigrantes na Grécia.
O documento descreve o Aurora Dourada como um "partido político neonazi e violento", que deve ser isolado nos termos das convenções internacionais de direitos humanos juridicamente vinculativas assinadas pela Grécia.
Para o comissário para os direitos humanos do Conselho da Europa, a proibição do partido neonazi grego "seria apenas uma parte da resposta para enfrentar o desafio". “Se a Grécia ilegalizar o Aurora Dourada ainda existe o problema da violência racial na Grécia, que é a questão mais ampla", frisou.
Esta foi, segundo o Washington Post, a primeira vez que uma organização de direitos internacional levanta a perspectiva de proibição de um partido político.
Em resposta ao relatório de Muiznieks, o Governo grego, citado pelo “EU Observer”, salientou que lidar com organizações como o Aurora Dourada é “complexo, por razões óbvias, relacionadas com o sistema democrático”.