Unir Forças pela Educação!

porGraça Marques Pinto

28 de março 2013 - 0:04
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O objetivo de Nuno Crato é cada vez mais óbvio: proceder a cortes nos recursos humanos e empobrecer a Escola Pública,para promover um ensino dual, onde a maioria das crianças e jovens se veem arredados de uma oferta educativa de qualidade.

O governo anunciou novos cortes na Educação, através do despedimento de assistentes operacionais, técnicos administrativos e de milhares de docentes atirados para a mobilidade especial. Trata-se um violento ataque aos direitos dos trabalhadores e à Escola Pública.

O objetivo de Nuno Crato é cada vez mais óbvio: proceder a cortes nos recursos humanos e empobrecer a Escola Pública para promover um ensino dual, onde a maioria das crianças e jovens se veem arredados de uma oferta educativa de qualidade. A introdução de exames no final do primeiro ciclo, a canalização precoce de alunos para a via profissionalizante e a criação do ensino superior curto, destinado aos alunos que vêm do ensino profissional são parte integrante desta estratégia.

Já o país reclama outro rumo. Multiplicam-se as iniciativas em defesa de uma Educação de Qualidade e da Escola Pública. Apesar dos sucessivos atropelos aos seus direitos, os atores educativos não desistem de contribuir para a construção de um futuro melhor para as novas gerações!

O 3º Fórum de Educação do Distrito de Viseu promovido pelo Bloco de Esquerda, que reuniu professores, alunos, encarregados de educação, psicólogos e técnicos, do ensino básico ao superior, inscreve-se nesta maré de iniciativas em prol da Educação. O Fórum, que decorreu sob o lema da defesa de uma Escola Pública Democrática e de Qualidade, contou com a participação de atores educativos vindos de diversas zonas do País.

Professores e técnicos de educação denunciaram o desinvestimento na educação, a degradação das suas condições de trabalho, e partilharam projetos para a promoção do sucesso educativo dos alunos. Estudantes e encarregados de educação tornaram claro que, apesar do agravamento das condições de vida, e do cerceamento à participação nos Órgãos Pedagógicos não desistem de marcar presença na vida das escolas.

A alarmante situação no ensino superior foi, também, objeto de debate. O processo de Bolonha tem-se traduzido na diminuição da qualidade do ensino. O aumento das propinas e a diminuição das bolsas, que conheceu uma redução de 33,3% - sendo, em muitos casos, invocadas dívidas ao Estado - tem originado elevadas taxas de abandono e levado muitos estudantes a viverem numa situação de pobreza extrema: há alunos a passar fome para poderem estudar.

O que está em causa não são interesses setoriais ou corporativos, é a Educação, um dos pilares da democracia! É por isso que se torna imperioso fazer confluir as lutas setoriais em grandes jornadas em defesa da Escola Pública que congreguem todos os atores educativos. Neste contexto, a constituição de Plataformas de Luta que integrem professores, estudantes, assistentes operacionais, técnicos e famílias, poderão, a nosso ver, contribuir para Unir Forças pela Educação!

Graça Marques Pinto
Sobre o/a autor(a)

Graça Marques Pinto

Dirigente do Bloco de Esquerda. Professora.
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