“A troika foi a exame e chumbou mas a política da troika, que foi o que levou a troika a exame parece que passou. Isto não faz sentido rigorosamente nenhum”, frisou a eurodeputada bloquista durante a sessão plenária na qual se debateu o relatório da comissão eventual do Parlamento Europeu sobre o papel da troika nos países sob programas de assistência financeira.
“Se chumba a troika, tem de chumbar a política da troika. Esta comissão de inquérito acabou por optar matar o mensageiro, mas quer garantir que a encomenda chegue na mesma ao destino”, adiantou Marisa Matias.
Salientando que o relatório se resume a “lamentar a pobreza, a destruição dos serviços de saúde, a destruição do sistemas de apoio social”, a eleita do Bloco de Esquerda integrada no GUE/NGL salientou que “de boas intenções está o inferno cheio”.
“Isto é o Parlamento, não é o muro das lamentações e nem a cama de um gabinete de um psicanalista”, avançou a dirigente bloquista, lembrando que ao Parlamento Europeu cabe “tomar decisões e resolver problemas”.
“O problema está identificado, chama-se austeridade, e, quanto às soluções, é simples, elas estão encontradas, só falta a vontade política”, referiu Marisa Matias.
Segundo a cabeça de lista do Bloco às próximas eleições europeias, se “querem matar a troika, têm de enterrar o Tratado Orçamental, porque ele é a garantia da troika depois da troika”.
“Querem matar a troika, então é necessário rever os estatutos do Banco Central Europeu para que se possa emprestar diretamente aos Estados em vez de se continuar a engordar a banca à custa do povo. Querem matar a troika, então renegoceiem a dívida pensando nas pessoas, e não nos mercados”, avançou Marisa Matias.
“Este relatório foi uma oportunidade perdida”, lamentou a eurodeputada.