Personalidades apelam ao resgate da PT

03 de novembro 2014 - 23:46

14 personalidades, entre as quais Bagão Félix, Freitas do Amaral, Francisco Louçã, João Ferreira do Amaral, João Cravinho e Carvalho da Silva alertam para “a gravidade da situação da PT”, apontando que está em causa “o interesse nacional”, “a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional” e afirmam que “os órgãos de soberania devem interpretar fielmente a prossecução do bem comum que é pertença da Nação”.

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Edifício da Portugal Telecom em Lisboa – Foto de Mário Cruz/Lusa

O apelo, que publicamos na íntegra, salienta que “o assunto já não é apenas empresarial, mas assume contornos políticos nacionais” e sublinham que estes “implicam uma atitude que respeite o primado do interesse e da responsabilidade públicas”.

Os subscritores apontam ainda que o problema não pode “ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas” e destacam que a situação da PT “exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspectos inalienáveis da nossa soberania”.

É o seguinte o texto do apelo:

Apelo para resgatar a PT

As razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros, distorções, falta de visão estratégica nacional e diluição ética de diferentes níveis de decisão. Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação.

Mas, olhando para o próximo futuro, a gravidade da situação da PT é incompatível com silêncios, omissões ou acomodações. Está em causa o interesse nacional na sua mais genuína interpretação. Está em causa a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional. Por isso, exige-se das autoridades políticas e públicas uma actuação intensamente activa. Não importa agora justificar a inacção com a inexistência jurídica de uma “golden share”. O assunto já não é apenas empresarial, mas assume contornos políticos nacionais que implicam uma atitude que respeite o primado do interesse e da responsabilidade públicas.

Este problema não pode, pois, ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas. Não pode ser tratado como se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade. Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspectos inalienáveis da nossa soberania.

Portugal não pode ficar desarmado. Os órgãos de soberania devem interpretar fielmente a prossecução do bem comum que é pertença da Nação.

António Bagão Félix

Diogo Freitas do Amaral

Eduardo Paz Ferreira

Francisco Louçã

Isabel Allegro de Magalhães

João Ferreira do Amaral

João Cravinho

José Pacheco Pereira

José Silva Peneda

Manuel Carvalho da Silva

Mariana Mortágua

Pedro Adão e Silva

Ricardo Cabral

Ricardo Bayão Horta