“O CDS era o partido dos pensionistas e agora é o partido do ataque aos pensionistas”

12 de janeiro 2014 - 14:41

A coordenadora do Bloco de Esquerda acusa ainda: “Havia linhas vermelhas sobre os pensionistas, mas o que teve de ser teve muita força e as linhas vermelhas desapareceram. O CDS era o partido dos contribuintes contra o esbulho fiscal mas o que teve de ser teve muita força e agora é o partido de todo o esbulho fiscal.”

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A deputada do Bloco, referindo-se às “explicações” dadas por Paulo Portas para permanecer no Governo depois de ter dito que se demitia de forma “irrevogável”, salientou que aquilo que se sabe hoje é que “o que não tem força nem verdade é qualquer compromisso de Portas, do CDS, do PSD ou de Pedro Passos Coelho”.

Catarina Martins realçou ainda: “O que não tem de ser é um Governo de dissimulação permanente, de desculpabilização com o passado ou com o tratado orçamental, quando, de facto, é um instrumento da política que quer, que é a política de empobrecimento do país”.

A coordenadora do Bloco lamentou que o governo PSD/CDS permaneça no poder, apesar de ter falhado todos os objetivos e continuar a falhar “todos os dias todos os compromissos”. Considerando que isso só acontece “pela austeridade”, “pela troika” e “pela ideia de que não há nada para lá da austeridade, da troika, de retirar democracia e de retirar decisão” que impera na Europa, Catarina Martins apelou à mobilização para as próximas eleições europeias, fundamentais na luta por uma União Europeia diferente, “solidária”.

A coordenadora do Bloco afirmou também que no centro das eleições europeias está a luta pela modernidade, pelo “resgate da democracia” e a “clarificação” das propostas de cada força política, sobretudo as de esquerda, sublinhando que o Bloco nunca abandonará “o espaço da esquerda” em que se inscreve e que “defende os direitos sociais e individuais” e “todas as liberdades”.

“Não há no Bloco nenhum fechamento ou bloqueio à esquerda. O Bloco tem estado sempre em todas as uniões, em toda a convergência que permite políticas de esquerda. Nunca faltou”, realçou Catarina Martins, acrescentando ainda: “Temos sim um problema, quando alguém diz querer políticas de esquerda e passa o pano por cima da austeridade, tendo a ilusão de que pode haver austeridade ‘light”, boazinha, simpática ou em tons mais pastel".

Catarina Martins fez estas declarações no encerramento da IV Convenção Regional do Bloco de Esquerda Açores, realizada neste sábado em Ponta Delgada.