Mais de 500 trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo deslocaram-se a Lisboa em nove autocarros para fazer uma marcha de protesto entre o Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, e a residência oficial do primeiro-ministro, contra a subconcessão dos Estaleiros.
A marcha cresceu bastante com o apoio da população de Lisboa. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, também participou.
Os manifestantes empunharam faixas onde se lia, por exemplo, "viabilização sim, despedimentos não", e gritaram "estaleiros unidos jamais serão vencidos" e "não queremos dinheiro, queremos o estaleiro".
O objetivo da marcha é obter a suspensão do processo de subconcessão.
"Não há nenhuma decisão definitiva da União Europeia em que seja necessário fechar os ENVC. Até podem continuar a ser estaleiros navais militares de Viana do Castelo [para justificar as ajudas públicas], há possibilidade de os estaleiros continuarem como empresa pública, no setor empresarial do Estado", declarou, à saída para Lisboa, o porta-voz da comissão de trabalhadores, desde que "haja vontade em viabilizar esta empresa. Há muitas opções que o senhor primeiro-ministro pode tomar".
Os trabalhadores querem a reestruturação da empresa e um investimento na sua modernização, bem como o arranque da construção de dois asfalteiros para a Venezuela, uma encomenda de 128 milhões de euros feita em 2010.
O grupo Martifer, beneficiário da subconcessão, pretende assumir em janeiro, tomando conta dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, até 2031.