Climáximo lança campanha para criação de “empregos para o clima”

04 de maio 2016 - 11:04

O Climáximo lançou no 1º de Maio um campanha intitulada “Emprego para o Clima” no pressuposto de que a classe trabalhadora está a tomar a “dianteira também em relação à justiça climática”.

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Ativistas do Coletivo Clima (que também de juntou à campanha) na manifestação do 1º de Maio, no Porto.

Esta campanha exige a criação de “empregos dignos” e seguros no setor público, em áreas como a eficiência energética, energias renováveis e transportes públicos.

Ana, uma das responsáveis do Climáximo, o grupo de ativismo climático que introduziu esta campanha no país, afirma que o lançamento desta iniciativa tem também um “significado simbólico”, acrescentando que “a crise climática está ligada diretamente ao atual sistema socioeconómico, que também nos fez pagar pagar pela crise económica”.

Tendo em vista o triunfo desta campanha junto das populações, aquela responsável disse ainda que a causa precisa de uma “participação forte” da classe trabalhadora e por essa razão “escolhemos o 1º de Maio para a lançar”.

Emprego e redução de gases poluentes

Os empregos resultantes desta iniciativa resultarão, segundo o seus responsáveis, num “corte direto das emissões de gases causadores do efeito de estufa”, assegurando, desta forma, a “recolocação de trabalhadores e trabalhadoras de setores poluentes”.

Refira-se que em termos internacionais a campanha já existe em sete países e tem um forte apoio sindical.

Em Portugal é discutida desde 2015 existindo uma publicação com dados preliminares elaborada pelo Climáximo e pelos Precários Inflexíveis que sintetiza o contexto nacional da campanha e articula as linhas principais da mesma (a publicação pode ser lida aqui).

O acordo de Paris, que levou 195 países a acordarem limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais, as emissões de gases poluentes precisam de ser “cortadas drasticamente”, refere a organização adiantando ainda que Portugal precisa de “reduzir as suas emissões em cerca de 60 por cento até 2030”.

Paralelamente, o Climáximo sublinha que o país "sofre com as elevadas taxas de desemprego e precariedade" sendo por isso necessário criar empregos e, desta forma, responder à "resolução de duas emergências: a social e a planetária".