“Almaraz é uma central envelhecida e de risco”

20 de março 2016 - 17:06

Catarina Martins exigiu o encerramento da central nuclear e interveio sobre a poluição aquática, no final de uma conferência temática sobre o Rio Tejo.

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Catarina Martins e alguns dos participantes da conferência, a bordo de um barco na visita ao Tejo.

No encerramento de uma conferência temática sobre o Rio Tejo organizada pelo Bloco em Salvaterra de Magos, Catarina Martins prestou declarações a bordo de um barco, durante uma visita ao rio. A UNESCO declarou hoje o Tejo como reserva da biosfera, e Catarina relembrou as duas principais ameaças que pairam sobre o rio, a poluição e a os problemas de funcionamento da central nuclear de Almaraz.

Sobre os perigos apresentados por Almaraz, a central nuclear “já deveria ter fechado em 2010, mas o governo espanhol não a fecha, apesar de ter tido uma série de problemas no seu funcionamento”. Catarina Martins exigiu o encerramento da central, assim como das centrais nucleares envelhecidas da Europa “esta exigência está a unir várias cidades da Europa, porque os acidentes nucleares não se resolvem, previnem-se, e Almaraz tem mesmo de fechar”.

Catarina Martins sublinhou que “o governo português tem, junto do governo espanhol, de exigir o encerramento da central de Almaraz, cujo prazo de vida já terminou. É uma central envelhecida, é uma central de risco, já houve manipulação de dados em anos anteriores, vários inspetores de entidades do Estado Espanhol já avisaram para problemas na central de Almaraz, e esta fica a 100 km da fronteira, no Rio Tejo”.

Relativamente à poluição no rio, esta tem aumentado, sobretudo depois de o anterior governo ter cortado para metade o número de inspetores. “O Bloco já fez no parlamento várias iniciativas sobre a poluição no Tejo, e é uma questão na qual o Estado tem de intervir dando capacidade inspetiva para parar as descargas ilegais nos afluentes do Tejo”, sublinhou Catarina Martins.

Na conferência participaram, entre outros, José Cardoso Moura (engenheiro químico), José Maria Mouro (Associação Pró-Tejo), Samuel Infante (Quercus), Fernando Rendo (Vereador do PODEMOS no Município de Mérida) e Luís Gomes (vereador do Bloco na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos), além dos deputados bloquistas Pedro Soares, Carlos Matias e Jorge Costa.