Execução orçamental mostra economia a definhar

23 de março 2013 - 1:07

Líder parlamentar do Bloco de Esquerda diz que os dados divulgados esta sexta-feira provam que os sacrifícios impostos aos portugueses não serviram para beneficiar as contas públicas.

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"Os sacrifícios impostos às pessoas não trouxeram benefícios para as contas públicas", afirmou o deputado Pedro Filipe Soares. Foto de Paulete Matos

Os dados da execução orçamental dos primeiros dois meses do ano provam “que os sacrifícios impostos às pessoas não trouxeram benefícios para as contas públicas", afirmou o deputado Pedro Filipe Soares.

“Estes dados são conhecidos num dia em que o Vítor Gaspar diz que o objetivo do ajustamento orçamental seria o crescimento da economia. Estas palavras são a anedota do dia”, disse à agência Lusa o líder parlamentar do Bloco, que concluiu que estes números "dão conta de uma economia a definhar".

Receitas do IVA continuam a cair

Os dados agora divulgados pela Direção-Geral do Orçamento mostram que a receita fiscal, em fevereiro, aumentou 2,6%, devido às novas tabelas de IRS, o imposto extraordinário e o pagamento do subsídio de Natal em duodécimos, aos funcionários públicos e parte aos reformados, e o pagamento de metade dos subsídios de Natal e de férias em duodécimo aos trabalhadores do privado. Com isso, a receita proveniente do IRS aumentou 15% face ao ano anterior e a do IRC aumentou 17,3%.

Mas os impostos indiretos, que incluem o IVA, impostos sobre veículos e sobre o consumo de tabaco, registaram uma quebra de 3,5%. A maior quebra foi do imposto sobre veículos (33,8%), seguida do imposto de selo (8,6%).

Investimento caiu 40%

As despesas de investimento da administração central caíram 40% em termos homólogos nos dois primeiros meses do ano. Esta queda tem a ver com a redução de 41,4% na despesa de investimentos, nomeadamente da Estradas de Portugal, S.A., e também da Parque Escolar. E.P.E.

Mais despesa com subsídio de desemprego

Mas a despesa efetiva acumulada da Segurança Social registou, até fevereiro, um aumento de 7,7% face ao período homólogo, justificado sobretudo pelo crescimento da despesa com pensões e subsídio de desemprego. Para esta evolução contribui a reposição do subsídio de Natal, cujo pagamento relativo a dois duodécimos ocorreu em fevereiro.